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Lewandowski tira Peluso do jogo. E não diz que $ era público

Lewandowski demonstrou, didaticamente, que um servidor público comete o crime de peculato quando se vale de sua posição para meter a mão.
publicado 22/08/2012
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Fuzilar  Pizzolato e Marcos Valério é, no fundo, um jogo das oitavas de final.

O que foi relevante, hoje, no primeiro dia, foi que o revisor Ricardo Lewandowski demonstrou uma postura firme.

Primeiro, em relação a Cezar Peluso, aquele de quem o PiG (*) espera uma condenação do José Dirceu, por vingança.

Lewandowski disse, claramente, que vai ler o seu relatório, etapa por etapa, já que foi assim que o plenário decidiu para acolher o fatiamento proposto por Joaquim Barbosa.

Portanto, ele vai ler uma fatia – e pronto.

E que fale o relator, com a sua segunda fatia.

Lewandowski lerá, então, sua segunda fatia.

Logo, Peluso estará fora.

A menos que queira passar com um trator sobre o Supremo – e o Direito -  e julgar Dirceu antes que o relator e o revisor tratem de Dirceu.

Portanto, o PiG (*) perdeu.

O PiG (*) perdeu de novo, porque Lewandowski deixou claro que está pronto para um confronto direto, inequívoco, com Joaquim Barbosa.

Barbosa não fará coro a Barbosa, que tende a acompanhar Gurgel.

Lewandowski vai interromper, em pontos centrais, a narrativa que soa no PiG como uma sonata de Beethoven.

Segundo derrota do PiG (*), hoje.

Assim como o brindeiro Gurgel, com sua pífia acusação, Barbosa assegurou que Pizzolato pagou Marcos Valério com dinheiro público.

Lewandowski demonstrou, didaticamente, que um servidor público comete o crime de peculato quando se vale de sua posição para meter a mão.

Não importa se dinheiro público ou privado.

(No caso das relações sacrossantas entre Pizzolato e Daniel Dantas – leia aqui, o dinheiro é “privado”, se se considerar que não foi com grana do Estado que Dantas construiu seu império.)

Portanto, Lewandowski tirou lenha da fogueira de um argumento central o mervalismo pignânico: Dirceu tirava dinheiro da Casa da Moeda, com pá e escavadeira, para entregar ao professor Luizinho, líder do PT na Camara, para votar no PT.

O PiG (*) perdeu pela terceira vez.

Mais derrotas virão.

Pena que Peluso não tenha tempo para absolver Dirceu.

Em tempo: o jornal nacional entende o que quer: que Lewandowski falou em “dinheiro público”. Ou seja, no tribunal de que Ali Kamel é diretor de jornalismo, José Dirceu avançava sobre a Casa da Moeda. Como se sabe, uma das hipóteses é o jornal nacional substituir o Supremo, com a anuência do Supremo.

Paulo Henrique Amorim

(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.