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Globo inaugura preconceito contra haitianos

Saiu no Globo:“Cidade do Acre pede ajuda para manter imigrantes que chegam em massa buscando emprego”.
publicado 06/01/2012
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Saiu na pág. 3 do Globo:

“O Haiti é aqui
.

Começa por este título, que lembra música de Gil e Caetano para descrever cenas de preconceito racial e violência no Brasil.

(Quando Caetano ainda não era o que é.)

“Cidade do Acre pede ajuda para manter imigrantes que chegam em massa (?) buscando emprego”


Segundo a repórter Cleide Carvalho, os haitianos chegam ao Acre pela Bolívia e o Peru, através de uma rede de tráfico de pessoas, organizada pelos coyotes que levam imigrantes ilegais aos Estados Unidos.

Pelo jeito, o Globo assume a liderança do movimento que, nos Estados Unidos, pretende construir uma Muralha para se separar do México – e da miséria.

Ou do candidato à Presidência que ameaçou invadir o México para acabar com o consumo de cocaína pelos americanos – e “cuidar” dos “ilegales”.

Na mesma página, o Globo conta que uma empresa de Chapecó, em Santa Catarina, a Fibratec, que produz piscinas de fibra, contratou 23 haitianos no Acre e está muito feliz.

Porque “estamos com muita dificuldade para preencher as vagas que temos abertas”, disse o presidente da empresa, Érico Tormen.

Quem mora em São Paulo, como este ansioso blogueiro, consegue ouvir os sussurros, perceber na linguagem dos gestos o preconceito que já se instalou contra os trabalhadores bolivianos.

A Globo tem uma longa tradição de discutir o “racismo”.

Seu Ratzinger, guardião da Fé dos Marinho, Ali Kamel, é autor de um retumbante best-seller, Não, não somos racistas, longe disso !

Ele sustenta que no Brasil não há tantos negros, como os haitianos, mas “pardos”.

O que lhe valeu o titulo de “o nosso Gilberto Freire” (*).

Ali Kamel poderia iniciar uma campanha dentro do Globo para evitar que se inaugure no Brasil a temporada de caça aos haitianos.

Como no Texas e no Arizona.

O Brasil é país de múltiplas etnias.

Bolivianos e haitianos são bem vindos.

Como os portugueses.

E os palestinos.


Paulo Henrique Amorim



(*) Conta-se que D Madalena, uma vez, lá em Apipucos, chegou para o marido, Gilberto Freyre, e disse: Gilberto, essa carta está em cima da sua mesa há mais de um mês e você não abre … Não é para mim, o Mestre de Apipucos respondeu. É para Gilberto Freire com “i”.