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O Pará e o Brasil não são o que o jn mostrou. O jn é uma fraude

Amigo navegante Antonio, paraense, liga de Belém para demonstrar profunda irritação com o jn.
publicado 27/08/2010
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Amigo navegante Antonio, paraense, liga de Belém para demonstrar profunda irritação com a visão haitiana do Brasil, pelo jornal nacional.

Clique aqui para ler “jornal nacional usa o patrocínio do Bradesco para denegrir a imagem do Brasil”.

Diz o Antonio.

Para ir a Jacundá, no Pará, o jornal nacional teve que fazer escala em Marabá, não é isso ?

Por que ele não deu um pulinho a Marabá ?

A reportagem sobre Jacundá faz parte dessa nova espécie de jornalismo aero-rocambolesco, para denegrir a imagem do Brasil – do jeito que o Ali Kamel gosta.

Marabá talvez seja o maior pólo de crescimento da economia brasileira hoje.

Marabá é uma China de crescimento econômico.

A Vale constrói ali uma usina de laminados, a Alpa, que, sozinha, cria 18 mil empregos.

A Alpa será uma das principais beneficiárias da usina de Belo Monte.

(Belo Monte, que a urubóloga Miriam Leitão criticou tanto, será a terceira maior hidrelétrica do mundo – um horror !)

Por causa da Alpa e da energia de Belo Monte, 40 indústrias se instalarão em Marabá.

Em Marabá passa uma das maiores pontes ferroviárias sobre rio do mundo, para levar o minério de ferro que sai de Carajás a caminho do Maranhão.

Veja que horror !

A população de Marabá deve crescer 150% até 2014.

Até lá serão criados 70 mil novos empregos e a associação comercial calcula que serão investidos US$ 33 bilhões.

No momento em Marabá se constrói um shopping-center de 30 mil metros quadrados de área de loja , com lojas âncoras do padrão de Riachuelo, Marisa e C&A.

O responsável pelo empreendimento é o grupo Leolá, que tem mais de 60 lojas na região de Marabá.

O jornal nacional, amigo navegante, é uma fraude.

Esse sorteio das cidades brasileiras pelo jornal nacional lembra muito o Globope.

Veja como o jornal nacional descreve o Brasil (e o Pará):


Violência é um dos principais problemas de Jacundá, PA


Terceiro destino do JN no Ar é a quinta cidade mais violenta do Pará, e 96% da população não tem acesso ao sistema de esgoto.

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O sorteio de quarta-feira, aqui no Jornal Nacional, determinou que a equipe do JN no Ar cruzasse o Brasil, do Sul para o Norte, em direção à cidade de Jacundá, no Pará.


Nesta quinta, antes de mostrar a reportagem do Ernesto Paglia, a gente vai apresentar algumas informações importantes sobre o estado.


Pará: 7,5 milhões de habitantes. É o estado mais populoso do norte, e o que produz mais riquezas. Apesar disso, tem o menor rendimento médio mensal da região.


Os paraenses convivem com a segunda maior taxa de homicídios do país. Por outro lado, são os que têm a maior expectativa de vida do Norte.


“A diversidade nossa é imensa: suco de cupuaçu, nosso tacacá, nossa maniçoba, nosso pato no tucupi”.


Mais da metade dos moradores não recebe água encanada, e 96% não têm esgoto. O analfabetismo atinge 9,3 % da população, um pouco abaixo da média nacional, que é de 9,8%.


O Pará tem 4,7 milhões de eleitores. Para chegar ao destino, o jato que leva a equipe do repórter Ernesto Paglia pousou em Marabá, no Aeroporto João Corrêa da Rocha.


O repórter Ernesto Paglia falou, ao vivo, do aeroporto e contou o que eles encontraram em Jacundá.


Vocês sabem que Jacundá é uma destas comunidades relativamente jovens do Norte do país. Parece que as pessoas foram se implantando na cidade, de forma pioneira; e o Estado, as instituições e a lei só vão chegando aos poucos, e nem sempre são bem assimilados, bem adaptados pela população local, esses pioneiros que estão lá.


São só 15 km asfaltados de Marabá até Jacundá, mas mesmo esta é uma viagem bastante sacrificada.


A estrada de Jacundá é estreita, marcada por remendos e freadas de caminhão.


A política é tensa. E aparece logo na chegada. Somos rodeados por partidários do candidato que teve mais votos em 2008, mas não assumiu a prefeitura, por causa de problemas com a Justiça Eleitoral.


“Estamos em um processo democrático que Jacundá não está tendo”.


“Tenho 16 anos e posso andar de moto. Aqui é assim, não tem lei não”.


Nas ruas, não vimos viaturas. Só uma blitz da Polícia Rodoviária, fora da cidade.


Mesmo na rodovia, a fiscalização não resolve. Motoqueiros irregulares esperam no acostamento até o bloqueio ir embora. E nem pensam em legalizar a própria situação. “Eu estou sem carteira, porque o governo não dá chance pra gente. É culpa do governo, porque eu tenho que desembolsar R$ 1,5 mil, e eu ganho um salário mínimo. Ainda tenho que ir em Marabá tirar carteira, porque em Jacundá não tira”.


Ilegalidade mais grave aparece no desabafo da moradora: “Tem violência, assassinatos, bandidagem”. Jacundá é a quinta cidade mais violenta do Pará, estado com o maior número de conflitos no campo do país, e o maior número de homicídios no Norte.


Em uma reunião anual, que estava acontecendo nesta quinta-feira em Jacundá, encontramos gente preocupada com outros problemas da cidade: a prostituição infantil e o abuso sexual de menores.


Ano passado, 52 casos de violência sexual foram registrados em Jacundá. Uma agricultora procurou o Conselho Tutelar semana passada para denunciar um vizinho abusou da filha dela, deficiente mental, de quatorze anos: “Ele aproveitou que ela tem esse problema, e se aproveitou dela”.


As madeireiras são importantes na economia de Jacundá. Uma das maiores é de um ex-prefeito. Parte da madeira, diz o dono, é nativa, retirada sob supervisão da Secretaria do Meio Ambiente do Pará. A outra vem do replantio de áreas que já foram exploradas no passado.


“Nós estamos partindo para o reflorestamento, porque agora nós temos condições para reflorestar”, disse o dono da madeireira, Adão Ribeiro.


Cuidar do futuro ainda é exceção por aqui. As pequenas carvoarias, que concentram muitos casos de trabalho escravo, mostram o lado mais atrasado deste pedaço do Pará.


“Todos que estão aqui, com certeza não queriam estar aqui. Mas fazer o que?”.



Paulo Henrique Amorim