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A crise é Azul!

Já imaginou Tia Nenê em Belém, com um pastelzinho?​
publicado 09/08/2015
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Como se sabe, a crise é do PiG: http://www.conversaafiada.com.br/pig/2015/08/04/publicidade-no-pig-ja-era-secom-que-se-cuide/; e aqui http://www.conversaafiada.com.br/pig/2015/08/01/de-julho-a-julho-a-globo-derreteu/

Durante muito tempo, o PiG tentou transformar a própria crise numa crise do Brasil.

Pra ver se descolava uma grana dos moribundos.

Deu errado.

O Trabuco mandou dizer que não quer mais saber de furdunço!

Até um dos filhos do Roberto Marinho mandou avisar ao Merval – isso dá justa causa - que o sucessor da Dilma só pode ser quem a suceder em 2018.

A crise, portanto, reduz-se à sua devida proporção: aos camelôs  do Cunha e do Renan.

Por falar em crise, vale, então, a pena ler o que diz o David Neeleman, dono da Azul, na entrevista ao Globo, na pág. 32 da edição nacional - http://oglobo.globo.com/economia/entrevista-azul-mira-no-bndes-para-investir-na-portuguesa-tap-17131950.

O amigo navegante perceberá que o David não lê a Urubologa!

Por que comprou a TAP?

Há muitas razões. Realmente acreditamos que a TAP tem potencial enorme. De 35% a 40% da receita da TAP vêm do Brasil. Ela tem 26% do market share dos voos entre Brasil e Europa, é líder nesse mercado. A TAP é grande porque tem voos diretos para 12 cidades do Brasil. O novo A321 LR (avião encomendado pelo consórcio Gateway, que comprou a TAP e é formado por Neeleman e pelo grupo português de transportes Barraqueiro) pode chegar a Manaus, Belém e São Luís, a partir de Lisboa, pois Lisboa é o ponto na Europa mais perto do Brasil. Outros hubs (centros de distribuição) na Europa não podem usar essa aeronave.

Por que não podem?

As outras companhias usam wide bodies (aviões grandes, que fazem voos de longo curso), com custos maiores. No A330-900, por exemplo, preciso de 180 pessoas a bordo para chegar ao break-even (ponto de equilíbrio em que não se tem ganho nem perda). Nos A321, bastam 85. E os A321 têm alcance de sete a oito horas de voo. Os motores novos queimam 15% menos combustível (comparados com os modelos antigos). Então, os A321 têm alcance maior. Podem fazer viagens de Portugal para o Nordeste do Brasil ou para o Nordeste dos Estados Unidos a um custo 50% menor que o do A330.

Para quais novos destinos a TAP vai voar no Brasil?

São Luís, Teresina, João Pessoa. Podemos ir também para Cuiabá, onde a Azul é forte, e Campo Grande. Todas as capitais.

E nos Estados Unidos e na Europa?

Nos Estados Unidos, a TAP só voa para New Jersey e Miami. Achamos ser possível voar para seis a oito novos destinos. Há muitos portugueses em Boston e Washington. Na Europa, já há cerca de 50 destinos. Talvez tenhamos que ignorar alguns. Se a TAP voa para alguma cidade em que as pessoas não têm interesse em voar para Portugal, Brasil ou EUA, não queremos voar para lá (risos).

O consórcio Gateway entregou uma carta do BNDES ao governo de Portugal dizendo que o banco poderia apoiar a operação de compra da TAP. Mas o BNDES só financia empresas brasileiras, e o consórcio tem controle português. Como se dará um eventual apoio do BNDES à operação?

Seria por meio da Azul, mas não está decidido ainda. Temos 61% da TAP hoje e temos a opção de chegar a 95%. Se a gente quiser colocar mais capital, o BNDES poderia emprestar dinheiro para a Azul, e a Azul poderia entrar na TAP. Não precisamos disso agora, mas seria bom se a Azul tivesse essa opção, seria um investimento para a Azul.

No anúncio de compra da TAP, foi dito que seriam encomendados 53 novos aviões para a aérea. Pretende levar os aviões da Embraer para lá?

Os 53 aviões são da Airbus (A330-900 e as famílias A321 e A320), já foram encomendados e irão para a TAP, que tem 88 aeronaves. Parte dos aviões será usada para renovar a frota e parte será usada para ampliá-la. Além disso, dentro do grupo TAP tem a Portugália, que é regional. A frota dela precisa ser renovada. Uma das ações é colocar os jatos 190 e 195 (da Embraer) na Portugália. Estamos estudando isso. Outra opção é fazer uma fusão de Portugália com a TAP e ampliar ainda mais a frota da TAP. Nesse caso, a TAP faria os voos regionais e poderíamos comprar aviões menores da Airbus, como o A319.

O BNDES poderia entrar financiando aviões da Embraer?

Claro, é isso que o BNDES faz.


Navalha

Já imaginou, amigo navegante, a Titia Nenê, de Teresina, comendo pastelzinho de Belém, em Belém?

É a crise !

Paulo Henrique Amorim