Os pobres que se lixem. Piketty e o ajuste do Levy

"Creio que uma das razões pelas quais há muita ( MUITA - ênfase minha - PHA) desigualdade no Brasil é a baixa progressividade do Imposto de Renda. Há também muitos impostos indiretos, que são regressivos e pesam sobre as camadas populares"

Thomas Piketty, citado por Eduardo Fagnani, em artigo na Carta Capital em que mostra como, em 2005, a Ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, detonou um "ajuste" do Secretário do Tesouro, Joaquim Levy, muito parecido com o atual.

"Desequilíbrio social não é modelo de crescimento. É necessária uma relação entre Ética e Economia", de Mario Draghi, presidente do Banco Central Europeu, que acaba de irrigar a Europa com um trilhão de Euros, para desespero da Merkel - e do Levy .

(A partir de Claudio Bernabucci, na Carta Capital, no artigo "Super Mario vs a Chanceler", um desafio aos planos de austeridade de Angela Merkel.)

Num artigo no jornal italiano La Repubblica, Piketty sugere que o premier italiano de centro-esquerda, Matteo Renzi, e o presidente socialista francês, François Hollande façam a mediação entre a Grécia do Tsipras e a Direita européia, cuja capital fica em Berlim.

"Para colocar sobre a mesa novas propostas para permitir um verdadeira refundação democrática na zona do Euro," diz Piketty, em artigo de Gianni Carta, na Carta, sobre a vitoria de Tsipras e a possibilidade crescente de Pablo Iglesias, do Podemos, vir a ser o Tsipras da Espanha, que também, como Portugal,  foi soterrada por um "ajuste".

Poderiam os radicais da esquerda chegar a um acordo " já que critérios rígidos em relação aos déficits ... tornam IMPOSSÍVEIS ( ênfase minha - PHA) qualquer política de progresso social ?", pergunta Pikety nesse texto (excelente !) do Gianni.