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Neri, quem é o pai da Classe C ?

Neri é uma espécie de Embaixador na Classe C.
publicado 06/03/2012
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No programa Entrevista Record Atualidade que foi ao ar na Record News, Marcelo Neri, chefe do Centro de Políticas Sociais da FGV-Rio, tratou do lançamento de seu livro "A Nova Classe Média - o lado brilhante da base da pirâmide", nesta quarta-feira, na Bolsa de São Paulo (não pode ser na Bolsa do Rio, porque Naji Nahas a fechou.)

Neri é uma espécie de Embaixador na Classe C.

Desde o fim do século passado, Neri estuda o Crediamigo, do Banco do Nordeste.

Um sistema de micro crédito, de cobertura urbana, em que o tomador tem que levar amigos como "avalistas" - é o esquema do "um por todos, todos por um" , descreve Neri.

62% dos tomadores são micro empresárias mulheres.

O programa tem lucro de R$ 50,00 ao ano por cliente e confere um aumento médio de lucro ao cliente de 14%.

O Banco do Brasil e a Caixa vão para o micro-crédito, inspirados no Crediamigo.

Desde aí, Neri percebeu que o gigante ia acordar.

Nascia uma Classe C.

A Classe C tem renda que fica acima da metade mais pobre da população e um pouco abaixo dos 10% mais ricos.

Isso significa que família da Classe C é a que tem renda mensal entre R$ 1.200 e R$ 5.174.

Em 1992, a Classe C detinha 33% da renda total da sociedade.

Em 2011, ela pulou para 55%.

(Esse Nunca Dantes ...-PHA.)

Entre 2003 e 2012, 42 milhões de brasileiros - uma Argentina - ascenderam à Classe C.

11 milhões chegaram às Classes A e B.

Ou seja, uma Espanha subiu na vida.

No período, a renda dos 50% mais pobres da população subiu 580% mais rápido do que a dos 50% mais ricos.

Quem subiu mais foram os do Nordeste e os que vivem no campo.

Logo, a desigualdade de renda diminuiu.

Na verdade, a desigualdade diminuiu de 2001 até agora, ininterruptamente, "de forma espetacular", diz Neri.

(Esse Nunca Dantes ... - PHA.)

Nos últimos doze meses, como já mostrou este ansioso blog, no Ano I do Governo Dilma, a queda na desigualdade continuou a ser impressionante.

Percebe-se um suave deslocamento dos pesos regionais na Economia brasileira.

Em oito anos, o Nordeste cresceu chinesmente, 42%.

Sergipe, é o que mais cresce: 58%.

São Paulo, 7%.

(Quando os paulistas descobrirem, vão botar esses tucanos para correr - PHA.)

Em 1970, explica Neri, a mulher brasileira tinha seis filhos.

Hoje, menos de dois.

Ela pode cuidar melhor dos filhos.

Toda criança entre 7 e 14 anos vai à escola.

Tem cursos técnicos.

A qualidade da educação é ainda baixa, mas melhorou muito.

O jovem foi ao mercado, trabalha com carteira assinada.

"Classe C é consumo, carro, computador, TV a cabo, crédito, casa própria, mas é tambem carteira assinada", diz Neri.

Esse é o que Neri chama de "o lado brilhante da base da pirâmide" - o povo brasileiro.

Que foi à luta, estudou e subiu na vida.

As políticas sociais e a boa gestão da economia ajudam, claro.

E a educação associada à queda da desigualdade são o principal indício de que esse fenômeno da ascensão social da Classe C não é uma bolha: veio para ficar.

Porque o brasileiro ficou mais formiga do que cigarra, ele diz.

Através da Educação, do Crédito e do Empreendedorismo ele se define melhor, hoje, como Produtor que Consumidor.

O ansioso blogueiro perguntou a Neri quem era o Pai sa Classe C.

Ele respondeu: o Fernando Henrique é o avô, por causa da estabilidade. O Lula é o pai, porque percebeu a relevância da questão."

E a Dilma, perguntou ?

"A Dilma é a neta da Classe C", respondeu Neri.


Paulo Henrique Amorim