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​Florence: o PMDB faz a ponte no passado

É o PMDB do Wellington Moreira e do Paulo Dote ... - PHA
publicado 08/02/2016
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O Conversa Afiada reproduz artigo, publicado em O Globo, do deputado Afonso Florence (PT-BA), novo líder do partido na Câmara Federal:

Volta ao passado
 
Michel Temer, presidente do PMDB e vice-presidente da República, apresentou o documento "Uma ponte para o futuro'! Apresentado à imprensa por ele e Moreira Franco, presidente da Fundação Ulysses Guimarães, o texto foi definido por analistas como o programa para um possível governo Temer, na hipótese do impeachment.

O documento foi caracterizado como um desmonte do que foi feito pelos governos do PT, como o fim da política de valorização do salário mínimo, o fim do regime de partilha no pré-sal, a desvinculação, no Orçamento da União, da destinação de recursos para áreas como Saúde e Educação, e a derrubada de direitos trabalhistas da CLT.

Temer foi eleito vice-presidente com a defesa da política econômica do período anterior; agora, apresentou o documento com uma política inversa. É verdade que a presidente Dilma também foi acusada de alterar bruscamente a política econômica. É verdade, também, que o BC subiu a taxa de juros e o governo editou as MPs 664 e 665, interpretadas como uma guinada na orientação econômica do governo. Entretanto, a presidente sempre insistiu no balanço positivo da política econômica do primeiro mandato, e que o ajuste fiscal não avançará sobre as conquistas dos trabalhadores. O conteúdo das medidas anunciadas na mensagem lida no Congresso pode ser resumida por: "Não haverá perda de direitos." Ante a decisão de conter a alta da Selic, e os anúncios feitos no Conselhão (retomada do investimento público e incentivo ao privado, facilitação do crédito e busca do crescimento), a presidente voltou a ser atacada por causa da sua política econômica.

Nos governos de Lula e Dilma foram criados mais de 20 milhões de empregos, o salário mínimo subiu 76% acima da inflação, mais de 28 milhões de pessoas saíram da miséria e 40 milhões entraram na classe média. Enquanto os representantes dos patrões só analisam câmbio, PIB e bolsa, os representantes dos trabalhadores monitoram esses indicadores mas privilegiam os índices de empregos e salários.

Em 2014 tivemos a menor taxa de desemprego da nossa história (4,8%) e o maior poder de compra dos salários. Os críticos do governo, quando apontam o fechamento de postos de trabalho e a inflação de 2015, ignoram que isso decorre da combinação da crise mundial  com os efeitos do ajuste. Os que atacam a política econômica do PT e propõem retirar direitos dos trabalhadores querem aprofundar o ajuste e levar o país à recessão. As propostas de Temer estão em sintonia com o ajuste implementado por Levy e sua equipe, particularmente na parte a que o PT e as centrais sindicais e os movimentos sociais resistiram. As propostas do PT buscam a retomada da atividade econômica, a geração de empregos e o crescimento da renda e do trabalho, com a preservação das conquistas sociais dos trabalhadores.

O "Ponte para o futuro" já ficou conhecido entre os progressistas como "Um salto para o passado'!