Presidenta, leve o Neojibá à China. E a Namíbia para cá
Este ansioso blogueiro voltou a assistir à Orquestra Juvenil da Bahia, Neojibá, na abertura da temporada de 2011.
Dessa vez foi no Teatro Castro Alves, em Salvador.
O programa teve o Concerto para Piano # 5 de Beethoven, com Ricardo Castro como solista (excelente !).
E os Preludes de Liszt.
Ricardo é o regente, fundador e diretor da Neojibá.
Segundo ele, são hoje 200 adolescentes e jovens de áreas pobres de Salvador, músicos recrutados em escolas, igrejas e candomblés.
Thiago da clarineta tem 9 anos.
No naipe de violinos, o garoto Danilo que aprendeu com o tio da banda do Corpo de Bombeiros.
Ricardo já construiu outras duas orquestras juvenis.
E pretende construir muitas mais pelo interior da Bahia - é o que está nos planos da Secretaria de Cultura do Governo Jacques Wagner.
Este ansioso blogueiro leu o insosso discurso de Barack Obama no Teatro Municipal do Rio.
Imagina que a plateia tenha mergulhado em sono profundo.
Não é o que aconteceria se a Presidenta Dilma tivesse levado a Neojibá para encerrar o programa.
Ricardo poderia começar com Rhapsody in Blue e encerrar com sua versão de Tico-Tico no Fubá .
Clique aqui para ir ao site do Neojibá e se divertir com o Tico-Tico.
O Obama ia ver o que é bom para a tosse.
Aliás, a Presidenta que gosta do Abaporu deveria incorporar o Neojiba às visitas de Chefes de Estado.
Por que ela não leva a Neojibá para a reunião dos BRICs na China ?
Por que ela não escala o Neojibá para abrir a Olimpíada do Rio, a Copa ?
O Brasil começava com 1 a 0 no Maraca.
Em tempo: este ansioso blogueiro voltou ao TCA para assistir à desafiadora e intrigante peça Namíbia, Não !, do baiano Aldri Anunciação.
O entrecho se sustenta na hipótese de o Governo baixar uma Medida Provisória e obrigar todos os brasileiros de "melanina acentuada" a voltar para o país africano que escolhesse.
Seria uma forma de impedir uma indenização pela escravidão dos de melanina acentuada.
(Será uma homenagem dissimulada ao Ali Kamel ?)
A cunhada Geovana insistiu.
Este ansioso blogueiro temia assistir a peça de autor estreante e de diretor idem.
Geovana estava certa.
A peça é ótima.
O atores Aldri e Flavio Bauraqui passam drama, tensão, humor - e revolta.
E o Lázaro Ramos vai ser um diretorzaço.
Encontra soluções brilhantes e demonstra conhecer a suave magia do teatro.
Lázaro, traga o Namíbia, Não ! para o Rio e São Paulo.
Elas merecem saber que, às vezes, não sorria: você está na Bahia !
Paulo Henrique Amorim