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Neri: como é chato dividir aeroporto com pobre !

"Existe uma transformação profunda, não percebida por quem está em cima".
publicado 25/05/2014
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O Globo Overseas concebeu um novo instrumento de Golpe contra Dilma: provar que a inflação vai obrigar a classe média a descer a escada da pirâmide social e voltar a viver como nos bons tempos dos fantasmas – clique aqui para ver como a Dilma os trata.

E caiu na asneira de entrevistar o Marcelo Neri, ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos, que recentemente tinha tratado desse asunto com o rigor profissional de sempre.

(O Conversa Afiada omite as perguntas que não são perguntas, mas editoriais. O título do Globo já é uma casca de banana: “índices de inflação estão superestimados” - o que NÃO é o centro nem o mais importante da entrevista, mas serve para dizer que a Dilma vai manipular a inflação, como o jornal nacional manipula o Globope):


(...)

os dados revelam uma resiliência da classe média, seja em relação à inflação, seja em relação ao crescimento e aos juros. Todas as intempéries macroeconômicas não derrubaram a classe média e, mais do que isso, não impediram a continuidade do avanço. É verdade que a inflação aumentou, está num nível alto, próximo do topo da meta, mas a classe média e os brasileiros em geral têm obtido ganhos de salários reais, e a desigualdade está caindo.

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A inflação que importa para o brasileiro é quanto aumentou a cesta que ele consome, e o INPC e o IPCA (índices calculados pelo IBGE) estão um pouco superestimados, porque se sobe o preço do tomate, eu consumo menos tomate. Estes índices são conservadores. Nos Estados Unidos, os índices de preços são encadeados, e a cesta vai mudando. Na semana passada, discuti essa ideia com o Banco Central e o pessoal concordou.

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A renda continua crescendo. A PME (Pesquisa Mensal do Emprego, do IBGE), que tem limitações geográficas, mas é feita com base na entrevista de 120 mil pessoas por mês, mostra isso. A desigualdade teve uma certa estabilidade até 2012, mas voltou a cair, e a renda está subindo. Isso é mais surpreendente hoje do que há alguns anos. No mercado de trabalho, que é onde o presente e o futuro da nova classe média vão ser decididos, o processo continua.

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Se o João é um cara pobre, está feliz; o João do meio da distribuição também está, talvez nem tanto quanto o primo pobre dele. Agora, o primo rico tem todas as razões para não estar gostando muito da situação. Além de a renda dele não estar crescendo muito, ele está tendo problemas, como ter que dividir aeroporto com quem nunca fez check-in, enfrentar engarrafamento com mais carros nas ruas. Os dados mostram que existe uma transformação profunda, não percebida por quem está em cima.

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