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SP: tem dinheiro, tem água; não tem, fique seco

Problema de São Paulo com água é semelhante ao que o Brasil tinha em 2001 com energia elétrica: falta de investimento.
publicado 23/04/2014
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O Conversa Afiada reproduz artigo de Fernando Brito, extraído do Tijolaço:


Tem dinheiro, tem água; não tem, fique seco



A anúncio do Governador Geraldo Alckmin de que será aplicada uma multa de 30% a quem consumir mais água do que a média é a ratificação do tipo de racionamento que será feito em São Paulo: o racionamento censitário.

Tradução: quem pode pagar, terá água o quanto quiser. Quem não pode pagar, passe o perrengue…

Hoje, pela primeira vez, mesmo com o artifício que passou a ser usado de “somar” o pequeno reservatório de Paiva Castro, que funciona como uma “caixa de passagem” para as bombas da elevatória de Santa Inês –  o que não era feito anteriormente- o volume total do Cantareira baixou pela primeira vez de 12%: 11,9%, sendo apenas 11,5% nos reservatórios do sistema, se é que ainda pode ser chamado assim.

Explico: voltaram a se deteriorar completamente as condições do principal reservatório, o Jaguari-Jacareí, dono de 83% da capacidade de reservação do Cantareira, está com apenas 4,18% de sua capacidade disponível. Pode ser que haja um pequena melhora com as chuvas fortes previstas para o curso desta semana, mas não vai alterar sequer no médio prazo.

Mais interessante (e dramático) é que, assim como março, o mês de abril vai terminar com chuvas acima da média histórica mensal – ao contrário do que ocorreu em janeiro e fevereiro – e o sistema continua esvaziando.

São Paulo tem um problema com a água semelhante ao que o Brasil tinha em 2001 com a energia elétrica: falta de investimento.

Só que o Brasil tem, de lá para cá, usinas enormes como Jirau e Santo Antônio inauguradas e a gigantesca Belo Monte que, apesar de todos os atrasos provocados pela adequação ambiental, vai operar sua primeira turbina já no ano que vem.

E São Paulo? São Paulo não terá mais uma gota de água sequer até 2018, como resultado da “capacidade de planejamento, de gestão e de eficiência” do tucanato.