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Por que a Dilma defende as chinesas

A Big House descobriu que o Brasil mudou de companhia, trocou de botequim
publicado 24/10/2013
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Saiu no Globo Overseas:

Dilma diz que reação negativa à presença de estrangeiros em Libra é xenofobia


- As duas chinesas são grandes empresas internacionais de petróleo e é bom que se diga no Brasil, para acabar com a absurda xenofobia, são grandes parceiras internacionais e as duas empresas privadas são grandes produtoras de petróleo - disse Dilma, durante discurso em solenidade de lançamento de recursos para saneamento e habitação.

- Quem vem extrair petróleo do campo de Libra tem competência tecnológica e financeira - completou.

A uma plateia formada por dezenas de prefeitos, Dilma assegurou que a maioria das receitas a serem obtidas como campo de Libra será para o Brasil e os brasileiros. Lembrou que a maior parte dos recursos vai para educação e reafirmou que o sistema de exploração de produção será de partilha, não havendo qualquer possibilidade de mudança para outro tipo de regime, como o de concessão.

As empresas são as estatais chinesas CNPC e CNOOC, a francesa Total e a anglo-holandesa Shell.

Foi numa solenidade - http://blog.planalto.gov.br/ao-vivo-anuncio-de-investimentos-do-pac/ - para anunciar projetos de saneamento, dentro do PAC2.

Navalha

A presidenta é gentil.

Não se trata exatamente de xenofobia.

Porque contra americanos, ingleses, holandeses, alemães e franceses o pessoal da Big House e seus especialistas – os que nada sabem de tudo - não têm nada contra.

O problema deles é com chineses, russos, argentinos, indianos, africanos do Sul, o pessoal aqui da vizinhança – geográfica ou política.

Os dos BRICs.

Ou com bolivianos, haitianos ...

É uma xenofobia interessada.

O problema dessa turma é que eles começam a perceber a nova inclinação estratégica do Brasil.

Inevitável, aliás – clique aqui para ler “e quem vai defender o pré-sal ?

O Brasil saiu da órbita americana, se aproxima de outros centros de poder e cada vez mais o imperativo da Soberania exigirá novas parcerias.

Com chineses, russos, sul-americanos e africanos.

O Brasil é bi-oceânico.

Do lado Leste tem petróleo.

Do lado Oeste tem comida – clique aqui para ler sobre a viagem do ansioso blogueiro a Mato Grosso, a melhor agricultura do mundo .

Faltam-lhe caças, submarinos, satélites, foguetes, mísseis.

Uma nova Defesa, que defenda o interesse nacional brasileiro com um poder dissuasório arrasador.

Não vem que não tem !

Essa é uma nova etapa inevitável, que o leilão de Libra – e a oposição a ele – ressalta.

E a turma da Big House começa a intuir, a desconfiar.

Que não adianta mais saber a diferença a Rive Gauche e a Avenue Foche.

Entre a Quinta e a Sexta Avenida …

Por isso são xenófobos – desde que, diante dos americanos, possam, obsequiosamente, tirar os sapatos.

Eles já perceberam que a Dilma não tira.

Daí, a fúria.

 

Paulo Henrique Amorim