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O sucessor do Gurgel. Dilma ficou em sinuca

Se escolher fora da lista, o MP abre investigação contra ela na véspera do segundo turno.
publicado 16/07/2013
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Faltam 28 dias para Gurgel descer à planície e se encontrar com o Collor.

A escolha do substituto é uma sinuca de bico para a Presidenta.

Diante dela há uma lista tríplice.

Não está escrito em nenhum lugar que ela tenha que respeitar a lista tríplice.

Nem que tenha que escolher o primeiro da lista de eleitos interna corporis, “dentro de casa”.

Se escolher fora da lista, corre sério risco: o Ministério Público infernizar a campanha de 2014.

Como se sabe, desde o notável episódio em que Cerra roseanou a Roseana – clique aqui para ler “como Cerra vai roseanar o Aécio e o que disse o saudoso Saulo Ramos” - ficou claro que o MP toma partido em campanhas eleitorais.

Com exceção, é claro, da Dra Sandra Cureau, um notável exemplo de isenção.

Lamentavelmente, ela foi expurgada da lista tríplice.

No julgamento do mensalão (o do PT), o Procurador Geral da República – Antonio Fernando e o brindeiro Gurgel, que o Collor chama de “prevaricador” - levaram a instituição a tomar partido, de novo: e degolou alguns dos melhores quadros do PT.

Para “formar a quadrilha” de quatro membros, a PGR chegou a encaixar o Genoino, que é tão rico quanto a filha do Cerra, como se sabe.

(Por falar em prosperidade … quando o Presidente Barbosa vai legitimar a Satiagraha ?)

Se ficar fora da lista, a Dilma pode ser perseguida por dossiês, vazamentos e abertura de processos de investigação, como o que precedeu, em horas, a eleição de Renan para a presidência do Senado.

Já imaginou, na véspera da eleição do segundo turno, a PGR entrar com uma abertura de investigação contra a Dilma por causa do sequestro do Delfim ?

Vai ser melhor do que a camiseta do PT no sequestro do Abílio Diniz, na eleição de 2002 …

Digamos, então, que ela seja constrangida a escolher dentro da lista.

Dentro da lista, há um caso interessante de alguém que serviu muito tempo ao Gurgel e, na última hora do pleito, divergiu do Gurgel.

Interessante.

Um candidato é candidato de Gilmar – clique aqui para ler sobre “Gil e Guio no baile da Ilha Fiscal” - Sepúlveda Pertence e Sigmaringa Seixas.

Os três, por acaso, defenderam as candidaturas de Antonio Fernando e Gurgel.

Coincidência.

O risco é o “republicanismo” da Presidenta.

Que deu no Fux e no desmilinguir da Comissão da ½ Verdade – clique aqui para ler “Famílias de vítimas querem a volta de Claudio Fontelles”.

O risco é a Procuradoria Geral da República transformar-se num condomínio em que o desafio é ficar mais tempo no poder.

E a defesa do cidadão ?

O interesse público, aquela boa ideia da Constituição de 88 ?

Como disse o Pertence, num ato de desassombro, sobre o MP: criei um monstro !

Ou, como se pergunta o Conversa Afiada: o MP é o DOI-CODI da Democracia ?


Paulo Henrique Amorim