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Cadê o Pizzolato ? O Dantas sabe ?

Justiça Federal do Rio tenta há mais de dois anos intimar o ex-diretor do BB.
publicado 30/09/2012
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Saiu no Globo:

Onde está Pizzolato, réu do mensalão já condenado por três crimes?



Justiça Federal do Rio tenta há mais de dois anos intimar o ex-diretor do BB, que está sumido

BRASÍLIA - A Justiça Federal do Rio de Janeiro tenta há mais de dois anos intimar o ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, réu do processo do mensalão em julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF). Num despacho do último dia 13, duas semanas depois de Pizzolato ser condenado no STF, a juíza federal Simone Schreiber atestou o sumiço do réu. Ela é titular da 5ª Vara Federal Criminal do Rio, onde o ex-diretor do Banco do Brasil responde por crime contra o sistema financeiro nacional, supostamente cometido antes das acusações de participação no mensalão. O processo no Rio foi aberto em 2004 e, desde o recebimento da denúncia, em julho de 2010, a Justiça Federal tenta encontrar Pizzolato. As últimas tentativas foram feitas depois de iniciado o julgamento no STF. A juíza Simone Schreiber determinou em 6 de agosto que o réu fosse intimado num endereço em Copacabana, quatro dias depois de os ministros do STF começarem a julgar o mensalão.

O oficial de Justiça chegou a ser informado que o réu “viaja muito para o exterior” e não aparece há quatro meses em seu apartamento em Copacabana, como consta no despacho de Simone Schreiber. A Justiça, portanto, atesta o sumiço de um réu do mensalão – inclusive com a possibilidade de ele estar fora do Brasil – já condenado no STF por corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro.

A reportagem do GLOBO tenta falar com o advogado de Pizzolato no processo do mensalão, Marthius Sávio Cavalcante Lobato, desde a semana retrasada. Ele não atende as ligações e não dá retorno. Advogados de outros réus do mensalão também não têm notícia do réu e do defensor jurídico. No Rio, para o processo que corre na instância comum da Justiça, Pizzolato foi procurado em três endereços desde o recebimento da denúncia do Ministério Público Federal (MPF). A denúncia informa que ele mora na Rua República do Peru, em Copacabana, um dos endereços buscados pelo oficial de Justiça. É o mesmo endereço que consta na denúncia do mensalão, em julgamento no STF. Como o réu não foi encontrado, o oficial esteve também na Rua Domingos Ferreira, no mesmo bairro, e na Praia de Botafogo. A Justiça ainda tentou localizar Pizzolato em Florianópolis (SC) e Campinas (SP), sem sucesso.

“Embora haja informação de que Henrique Pizzolato residiria em Copacabana, nas duas tentativas de citação do réu naquele endereço o oficial de Justiça foi informado de que o réu viaja muito para o exterior, que não aparecia há quatro meses, que estaria no Paraná para resolver problemas familiares, etc”, cita a juíza Simone Schreiber no despacho do último dia 13. “Todos os esforços foram despendidos por este juízo para viabilizar a citação pessoal de Henrique Pizzolato, em vão. Os demais réus foram citados e já apresentaram suas respostas”, completa. Diante do sumiço do ex-diretor do Banco do Brasil, a magistrada determinou que ele fosse citado por meio da publicação de um edital.

Se Pizzolato ou outro réu do mensalão estiverem fora do Brasil ao fim do julgamento no STF, quando serão definidas as penas a serem aplicadas, a Polícia Federal (PF) deve ser comunicada sobre a expedição dos mandados de prisão. O escritório da Interpol – a Polícia Internacional –no Brasil funciona na sede da PF. O nome do acusado passa a constar da chamada difusão vermelha, uma lista de foragidos da Justiça no exterior. Efetuada a prisão, dá-se início ao procedimento de extradição, caso o detento não tenha dupla nacionalidade.

No STF, as condenações de Pizzolato por corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro se deram em função da liberação de R$ 73 milhões do fundo Visanet para a DNA Propaganda, empresa de Marcos Valério, sem garantias dos serviços contratados. Militante do PT desde a fundação do partido, Pizzolato exerceu o cargo de diretor de Seguridade da Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil (Previ). Em 1998, ele e mais cinco diretores aprovaram a participação da Previ no leilão de privatização do Sistema Telebras, o que passou a ser investigado pelo MPF. Os seis são réus no processo em curso na Justiça Federal no Rio.