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A defesa de Dirceu contra o Tênue Gurgel

Defesa do ex-ministro afirmou que procurador ignorou depoimentos.
publicado 05/09/2012
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Saiu no G1:

PGR se faz de 'cega', diz defesa de Dirceu; Roberto Gurgel rebate



Defesa do ex-ministro afirmou que procurador ignorou depoimentos. 'Minha visão é excelente', respondeu o procurador Roberto Gurgel.

Mariana Oliveira
Do G1, em Brasília

Em memorial entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira (4), o advogado do ex-ministro José Dirceu afirmou que a Procuradoria Geral da República "se faz de cega" ao ignorar depoimentos de testemunhas dentro do processo do mensalão, que está sendo julgado na corte.

"Alegando que somente enxerga depoimentos de referência, a PGR se faz de cega e prefere não enfrentar os inúmeros testemunhos diretos, produzidos sob o crivo do contraditório, que infirmam todos os indícios que suportavam a denúncia", diz a defesa.

Segundo o advogado José Luiz Oliveira Lima, é "peculiar" a afirmação do procurador Roberto Gurgel de que as testemunhas referidas pela defesa não tiveram conhecimento dos fatos descritos na denúncia.

Após sessão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o procurador rebateu o documento apresentado pela defesa.

"Minha visão é excelente, pelo menos com óculos, e continua excelente. Não houve qualquer tipo de cegueira e o Ministério Público analisou como muita consistência a prova colhida durante a instrução criminal", disse.

Ainda para o procurador, a "defesa está cumprindo seu papel assegurando integralmente defesa plena" dos acusados.

Memorial

Em 20 páginas entregues aos ministros do Supremo, a defesa de Dirceu diz que o procurador tenta "utilizar pequenos fragmentos" contra o ex-ministro.

"É absurdo, mas a PGR quer taxar de criminosa uma reunião oficial de um ministro com membros de partidos políticos", diz Lima, em referência a uma reunião relatada, segundo ele, em depoimento do deputado Pedro Corrêa entre o então ministro da Casa Civil e dirigentes de partido da base aliada.

"O uso que a PGR faz dos interrogatórios dos corréus contra José Dirceu não possui nenhuma lógica ou coerência", completa o documento.

Absolvição
A defesa alega ainda que, embora a PGR confirme a denúncia feita por Roberto Jefferson sobre o esquema em suas alegações, "omite" que Jefferson afirmava que o aliado de Dirceu era Gushiken, para o qual a Procuradoria pediu absolvição.

"Caso a PGR não teimasse em ignorar as inconsistências das acusações políticas de Roberto Jefferson e, ainda, se não fechasse completamente os olhos para a prova construída ao longo da ação penal, certamente teria pedido a absolvição de José Dirceu."