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Argentino obriga Supremo a revogar Lei da Anistia

Saiu no Estadão: "STF reacende polêmica sobre anistia".
publicado 06/06/2011
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Saiu na página A6 do Estadão:

"STF reacende polêmica sobre anistia".


Ao julgar a extradição do major argentino Norberto Raul Tozzo, acusado de torturar e matar 22 presos políticos, no episódio conhecido como Massacre de Margarita Belén, o STF confirmou o entendimento de que o sequestro cujas vítimas ou corpos não tenham aparecido são crimes continuados e que estariam sendo cometidos até hoje.

Navalha

De novo, o Brasil se curva diante da superioridade política da Argentina.

O Judiciário argentino desafiou e rasgou as Leis de Anistia dos presidentes Raúl Alfonsín e Carlos Menem com esta tese que, agora, pela santa mão de um militar torturador argentino, desaba sobre a consciência dos Ministros do Supremo Tribunal Federal brasileiro.

O sequestro sem vítima ou sem corpo é o crime que pode botar na cadeia toda a linha de comando responsável pelo massacre do Araguaia.

Com a santa mão argentina, a família do Rubens Paiva poderá se reencontrar com a História do Brasil e olhar nos olhos dos que mataram o honrado deputado.

Não há como tergiversar.

Não adianta mais o ex-Supremo Presidente Supremo do Supremo, Gilmar Dantas (*), supor que a revisão da Lei da Anistia provocaria uma convulsão social.

Triste papel estará reservado, numa nota de pé de página da história do século 21, a relatoria do Ministro Eros Grau, que anistiou a Lei da Anistia no Supremo e, portanto, os torturadores do regime militar.

Numa nota de pé de página, numa posição inferior, se inscreverá o notável jurisconsulto Sepúlveda Pertence, que defendeu a Lei da Anistia e foi redondamente derrotado na Corte dos Direitos Humanos da OEA.

Se o torturador argentino Tozzo vai se reencontrar com a Justiça argentina por conta de uma decisão do Supremo brasileiro, o mesmo terão que fazer os responsáveis pelo massacre do Araguaia.

Não é preciso nem que o Zé Cardozo - clique aqui para entender porque o chamam de Zé - Ministro da Justiça (sic) se levante da cadeira para aprovar a Comissão da Verdade no Congresso.

Basta o emérito professor Fábio Comparato ir direto ao Supremo e lembrar do Major Tozzo.

 





Paulo Henrique Amorim


(*) Clique aqui para ver como um eminente colonista do Globo se referiu a Ele. E aqui para ver como outra eminente colonista da GloboNews e da CBN se refere a Ele.