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Lições de Dantas e Valério. O Brasil está à venda. É barato

O Brasil é um paraíso. Paraíso penal
publicado 09/04/2011
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Refletir sobre as revelações da Carta Capital é desalentador.

Clique aqui
para ler "Carta desmascara a Época" e aqui para ler o editorial do Mino, " Dantas é invulnerável porque conhece todos os podres".

Todos os podres de todos os poderes: Judiciário (cabe vir em primeiro lugar), o Legislativo, o Executivo (nos governos FHC e Lula) e no quarto poder, a Imprensa, onde ele deita e rola.

Como diz o Mino, o fato de não existir um "mensalão", mas, sim, um sistema ilegal de financiamento de campanha e cooptação de empresas e intermediários de variada espécie não tira ninguém da cadeia - do PSDB ou do PT.

Como diz o Mino , o emprego da palavra "mensalão" é o log in do PiG (*) para entrar na página em que condena o PT e absolve os santinhos do PSDB - especialmente FHC, que incubou Dantas, e Padim Pade Cerra, cujos membros da família , por duas vezes, pelo menos, se associaram o Complexo Dantas Para Salvar o Brasil - numa empresa com sede em Miami ( epa ! ) e em outra que, como demonstrou Leandro Fortes na Carta,  violou milhões de sigilos fiscais, com o " trabalho interno" de um amiguinho no Banco do Brasil.

( Não se iludam: o livro do Amaury vem aí .)

Este ansioso blogueiro não se cansa de dizer: antes de readmitir o Delúbio, o PT tem que se acertar com o Dantas.

O financiamento ilegal de campanha é intrínseco ao sistema político brasileiro.

Dele quem mais se beneficia é um passador de bola apanhado no ato de passar bola, cujo business plan se sustentava em: usar dinheiro dos outros ( dos fundos de pensão e do Erário ) ; e a impunidade na Justiça.

Ele faz e arrebenta , porque, como diz o Mino, é invulnerável.

Mas também as empreiteiras e grandes fornecedores são capazes de,  através de Kurts da vida, manipular os partidos e os políticos.

A Castelo de Areia foi dissolvida n'água, numa decisão inacreditável: o STJ deu aos ricos a certeza de que, mais do que impunes, eles ininvestigáveis.

Porque, aparentemente, a Justiça tem a percepção de que, se fizer Justiça, o sistema político se desmancha.

Rico no Brasil não é suspeito.

E, breve, se os tucanos mandarem,  não pagarão impostos, como recomenda a revista Economist.

O sistema político brasileiro não vai peitar o financiamento ilegal das campanhas.

Seria retirar o oxigênio que se respira na laranja que Niemeyer cortou ao meio e depositou na Praça dos Três Poderes (podres) em Brasília.

Se aprovar o financiamento público , será mais desrespeitado que a Constituição.

Dantas é o maior dos corruptores.

Marcos Valério, seu patético instrumento.

Eles são um exemplo de como é fácil comprar todo o sistema: PSDB  e PT.

Urbi et Orbi.

Em São Paulo, Minas, Rio e tudo converge para Brasília, que, hoje, concentra mais escritório de lobby-cum-advogados do que em toda a Washington.

O Kakay, por exemplo.

O grande advogado de Brasília.

Nao há em Washington ninguém que se compare na relação número de causas-sucessos obtidos.

A única comparação  possível é com Márcio Thomaz Bastos, que não perde uma no Supremo.

Ou o Greenhalgh, também chamado de "Gomes", na Satiagraha.

Sem ele, a BrOi, a P-36 do Governo Lula, não existiria.

(Hoje, aparentemente, o " Gomes" se dedica a incentivar a publicação de livros que mesclam as biografias de São Francisco de Assis com a de Daniel Dantas).

Interessante que Greenhalgh, Bastos e Kakay começaram a vida pelo lado esquerdo, a defender presos políticos no regime militar.

Falta-nos o Padre Vieira (longe de ser essa a vocação do Mino).

A conjugação do verbo "rapio" é o que dá vida e coerência ao sistema.

O Brasil está à venda.

A apropriação do Estado pelos ricos mais espertos é táo brasileira quanto o Tico Tico no Fubá.

E sai barato.

É só ver as contas do Marcos Valério na Carta.

Com qualquer dez mil reis se compra qualquer coisa.

E ninguém vai em em cana.

Ou é importunado com uma investigação criminal.

Como disse outrora um brasileiro de que devemos nos orgulhar, o Juiz Fausto de Sanctis.

O Brasil é um paraíso.

Paraíso penal.

Paulo Henrique Amorim


(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.