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O que FHC pediu à Encol?

O implacável reparador de iniquidades Stanley Burburinho localizou esse livro do dono da Encol, que está para ser lançado.
publicado 12/07/2010
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O implacável reparador de iniquidades Stanley Burburinho localizou esse livro do dono da Encol, que está para ser lançado.

São as memórias do dono da Encol.

Ali aparecem com destaque o Farol de Alexandria e seu então assessor especial, Fernando Lemos (onde anda ele ?).

Vale lembrar que nessa primeira campanha de Fernando Henrique há também uma notória doação: a de José Eduardo Vieira, que era dono do falecido Bamerindus.

A matéria que Burburinho nos mandou permite relembrar que o José Roberto Arruda – aquele do “vote num careca e leve dois”, como anunciou o Alexandre Maluf Garcia, na Rede Globo – o Arruda, na época, trabalhava para o Farol e deu um recadinho ao dono da Encol.

Gente finíssima.

Como o presidente do PSDB em Santa Catarina – clique aqui para ler “Governador tucano de Santa Catarina tem um estupro para resolver – quem é o homem tatuado na cena do crime ?”.

Acompanhe, amigo navegante, o material que o Burburinho nos enviou:


Contribuição sigilosa para campanha


No quinto capítulo do livro, Pedro Paulo narra como José Roberto Arruda, então senador, em 1999, teria pressionado para que não falasse sobre a relação da construtora com Fernando Henrique Cardoso. O empresário participava de uma audiência da CPI da Encol e resolveu não comentar nada no dia. “Dr. Pedro Paulo, o Presidente Fernando Henrique mandou avisá-lo para que o senhor não mencione a doação feita à campanha em julho de 1994”, teria dito Arruda, no corredor do Senado. “Ao ouvir aquilo, me senti constrangido. No estado em que me encontrava, sendo coagido daquela forma, percebi que algo estava errado”, narra Pedro Paulo. No livro, ele afirma que o pedido inicial de Fernando Henrique, então candidato amedrontado com o crescimento de Lula, era de R$ 200 mil, mas não ficaria apenas nisso.
O ex-presidente da Encol lança na próxima quarta-feira (14), às 20h30, no Castro Hotel, “Encol – O sequestro: Tudo o que você não sabia (Editora Bremen)”. E aguarda desde já a reação dos citados na obra, que, queiram ou não, estão envolvidos em uma das maiores quebras da América Latina.
Trecho do livro

Pedro Paulo de Souza narra encontro que teve com o então candidato Fernando Henrique Cardoso durante a campanha presidencial de 1994
“E no dia 23 de julho de 1994, nos encontramos no discreto bar do Hotel Bonaparte, em Brasília, e fomos servidos ali mesmo pelo restaurante italiano “La Vecchia Cucina”, que funcionava no andar superior.
Eu estava acompanhado por Gilberto Machado. Acompanhando o Fernando Henrique estava seu assessor de campanha Fernando Lemos, que se apresentou como amigo e colaborador. Assim que nos sentamos, o candidato começou a conversa fazendo o seguinte comentário:
– Senhor Pedro Paulo, se eu for para o segundo turno, tenho certeza de que vencerei as eleições. A ajuda que a Encol prestou a nossa campanha representa muito para nós. Diante daquele comentário, disse-lhe:
– Dr. Fernando Henrique, na minha opinião, o senhor irá vencê-la no primeiro turno. Entusiasmado com minha resposta, logo ele quis saber o porquê daquela afirmação. Então lhe expliquei:
– A euforia que os brasileiros estão vivendo com a derrubada da inflação é a principal razão. O Plano Real está sendo conduzido de maneira séria, mudando a economia de forma gradual. Diferente da era Collor, com o confisco de poupanças. (…) Em seguida Fernando Henrique, demonstrando incerteza quanto ao resultado da eleição, completou:
– O Lula está crescendo muito. Eu preciso ir para o segundo turno. Apesar do Itamar… Na hora pensei que Fernando Henrique se referia a algum tipo de intriga entre ele e o Itamar que eu não havia acompanhado pelo noticiário. Sem querer dar prosseguimento àquela discussão sobre política, desviei o rumo da conversa. O fato é que naquele momento, eu não percebi o que estava por trás de toda aquela deferência. O encontro em um local discreto e reservado e por último o comentário inacabado “apesar do Itamar” foram sinais do candidato de que outros pedidos poderiam vir a acontecer. A ajuda da Encol não se resumia apenas àqueles 200 mil reais.