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A SECOM desonra Gushiken

Gushiken percebeu, desde cedo, que era preciso enfrentar a Globo.
publicado 16/09/2013
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O Conversa Afiada reproduz nota oficial do Blog do Planalto:

Ministra-chefe da Secom divulga nota de pesar pela morte de Luiz Gushiken


A ministra-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Helena Chagas, divulgou, neste sábado (14), nota de pesar pelo falecimento de Luiz Gushiken, que foi titular da mesma pasta durante o governo do presidente Lula.

Confira abaixo a íntegra da nota:

“A Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República recebeu com pesar a notícia da morte do ex- ministro Luiz Gushiken.

Fundador do PT, Gushiken era conhecido por sua simplicidade e lealdade aos amigos, muitos deles ainda hoje na Secom.

Ex-titular da Secretaria, deu início ao processo de modernização que resultou na posterior implantação de critérios técnicos e republicanos na distribuição dos investimentos em mídia, bem como na regionalização desses recursos.

Em nome dos funcionários desta Secom, presto minha homenagem a Luiz Gushiken, enviando a seus familiares e amigos nossa solidariedade neste momento de dor. 

Helena Chagas

Ministra-Chefe da Secretaria de Comunicação Social
da Presidência da República

Navalha

A  ministra (?) Chagas elogia “a simplicidade e lealdade aos amigos” de Gushiken.

Formidável.

Como se Gushiken tivesse sido contínuo do Lula.

Nenhuma menção ao fato de Gushiken ter sido uma das vítimas do massacre do mensalão (o do PT), desde as “charges” que caíram no chiqueiro do PiG (*).

Gushiken, como líder sindical bancário, tornou-se um especialista em previdência e fundos de pensão e, nessa qualidade, ajudou o PT a desinfetar os fundos de pensão que vieram, do Príncipe da Privataria infectados pelos ratos.

Ao lado de Dirceu, por exemplo, o “China”, como Lula o chamava, foi um dos cérebros da estratégia de tomar o poder dos tucanos – e, por exemplo, permitir que a atual Ministra ocupe a SECOM.

O ansioso blogueiro conversou com o recém-empossado Ministro Gushiken.

Desde os primeiros dias, ele anunciou o que Franklin Martins veio a consolidar.

Desidratar a participação da Globo no bolo publicitário do Governo.

Com aproximadamente 50% da audiência – hoje tem menos – a Globo do Príncipe da Privataria ficava com 80% da verba.

A atual Ministra jamais realizaria essa estratégica proeza.

Gushiken percebeu, desde cedo, que era preciso enfrentar a Globo.

Mesmo que o Presidente a que servia não quisesse o confronto direto.

Num almoço em São Paulo, Gushiken descreveu para o ansioso blogueiro como pretendia divulgar os trabalhos do Governo.

Ele sabia que quem não se comunica se trumbica: ainda mais se ficasse nas mãos da Globo.

Ele demonstrou estar insatisfeito com o tom “burocrático”, “oficialesco” da comunicação governamental.

O Governo FHC, lembrava ele, não precisava se preocupar com isso, porque dispunha da mídia espontânea …

O ansioso blogueiro, lembrou, então, de uma das regras da tevê americana: “ponha um rosto atrás de cada número”.

(Observação inútil, hoje, porque a SECOM, de televisão, só sabe sintonizar a Globo ou a GloboNews.)

Já Gushiken – e, depois, com mais ênfase, o Franklin – se mostrava sensibilizado com a necessidade de estimular veículos “alternativos”.

Gushiken não permitiria, por exemplo, que, hoje, a publicidade na internet estivesse sub-representada.

A SECOM de hoje quer ver a caveira do Pizzolatto, não sabe quanto entrega à Globo e sub-representa a internet.

Por que ?

Porque conta o Google como se fosse publicidade em internet.

O Google é publicidade na internet, paga Imposto de Renda nos Estados Unidos, vai googlar a Globo, mas não é “alternativa”.

Gushiken não cairia nessa falácia.

E Gushiken já teria ido à Globo buscar o BV, que, por determinação do STF, pertence à SECOM e, não, às empresas do Marcos Valério.

A SECOM de hoje desonra “os critérios técnicos e republicanos” de Gushiken.

Gushiken conhecia o monstro.

A SECOM de Dilma finge que não vê.

E o engorda.

 


À esquerda, segundo a SECOM (atual), o contínuo do Lula




Paulo Henrique Amorim


(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.