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Cerra e Ataulfo não querem o financiamento público

A Casa Grande quer criar barreiras ao regime da soberania popular. Com a Privataria Tungana, por exemplo.
publicado 11/04/2013
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Nas páginas de O Globo – o  12º voto do Supremo – e no Estadão, que se encaminha para o precipício, entre outros motivos, por causa da qualidade de seus colaboradores, o Ataulfo Merval de Paiva (*) e o Padim Pade Cerra criticam a proposta do deputado Henrique Fontana, PT-RS, de financiamento público das campanhas e do voto “proporcional misto”.

Não perca seu tempo, amigo navegante, com os supostos argumentos dos colonistas (**) pigais (***).

Eles querem o que está aí: em lugar do “financiamento público”, piruetas provisoriamente “legais”.

Poderia ser, por exemplo, quem sabe ?, a privataria tungana, como diz o genial Bessinha, inesgotável fonte de recursos para campanhas eleitorais “democráticas”, ao gosto da Casa Grande.

O objetivo dos dois – o Ataulfo, por exemplo, é contra o voto obrigatório – é afastar o povo do poder.

É criar obstáculos ao regime da maioria.

E concentrar o poder no Supremo, na ABL, no PiG e nos departamentos de economia dos bancos – os jenios dos juros, os que usam colar de tomate (e quando o pepino subir ?).

Por isso, amigo navegante, agora que o Congresso, finalmente,  discute o projeto Fontana, leia o que o deputado já disse a este ansioso blogueiro.


Financiamento público de campanha. PSDB e PMDB preferem Caixa Dois



Se for derrotada, a proposta será arquivada.

E a eleição de 2014 será como é hoje: o império do Caixa Dois.

Em 2002, as eleições para Presidente, Governador, Senador e deputados Federal e Estadual custaram R$ 827 milhões.

Isso é o que foi DECLARADO.

Fora o Caixa Dois.

Como se sabe, uma boa parte do financiamento das campanhas, hoje, é em dinheiro vivo, não contabilizado.

Como diz este ansioso blog, o Caixa Dois na política é tão brasileiro quanto a goiabada com queijo.

Em 2010, o custo dessas campanhas foi de R$ 4,9 bilhões.

Portanto, houve um aumento DECLARADO de 591%.

Assim, se não houver o financiamento público, só vai ser político quem for muito rico, ou se submeter aos interesses dos financiadores.

Ou seja, o Congresso brasileiro será o espelho dos interesses das empreiteiras, dos bancos, da indústria farmacêutica – mais do que hoje.

Das 513 campanhas mais caras para deputado federal, em 2010, 369 foram eleitos.

Ou seja, com grana o candidato tem 72% de chances de ser eleito.

É por isso que a Maria da Conceição Tavares, o Florestan Fernandes, o Milton Temer (o primeiro a pedir informações ao Banco Central sobre as operações do banco Opportunity, ainda no Governo FHC) e o Delfim Netto não conseguem mais se eleger.

Quanto será distribuído sob a forma de financiamento público ?

Segundo o relatório de Fontana, o limite de gastos será fixado pelo Tribunal Superior Eleitoral.

Quanto irá para cada partido ?

25% do dinheiro serão distribuídos igualmente entre TODOS os partidos.

O resto será proporcional ao número de votos – porque, numa democracia, quem tem mais votos vale mais, não é isso Padim Pade Cerra ?

O financiamento público é a única forma de partidos como o DEMO e o PP sobreviverem.

Porque não têm candidato próprio à Presidência da República, o DEMO e o PP morrem na praia, na primeira pesquisa do Globope ou do Datafalha.

Na primeira pesquisa do Globope e do Datafalha, o Cerra sai sempre na frente.

(Notável coincidência.)

Aí, a grana vai para o PSDB …

Quem são os maiores adversários do financiamento público ?

O PMDB e o PSDB.

Dentro do PMDB, quem são os mais ferrenhos adversários do financiamento público ?

O (vice) Presidente Michel Temer, que defende um estapafúrdio “plebiscito”.

E Eduardo Cunha, por uma questão de princípios filosóficos.

Ele é a favor da livre iniciativa.

Especialmente em Furnas.

No PSDB, o baluarte da campanha contra o financiamento público é o Padim Pade Cerra.

Ele tenta fulminar o relatório Fontana pelo lado errado.

Cerra defende o voto distrital, para atacar o voto fechado em lista, que não faz parte do projeto Fontana.

O Cerra e seus arautos no PiG (*) são contra esse moinho de vento: o voto fechado em lista.

Na verdade, o objetivo de Cerra e seus arautos é derrotar o financiamento público.

Um desses arautos é quem Leandro Fortes, na Carta Capital, chamou de Brucutu: um senhor Graeff, que, na derrota de 2010, operou as redes sociais para o Cerra.

É essa turma, amigo navegante: Michel Temer, Eduardo Cunha, um Brucutu e o Padim Pade Cerra.

Você é favor do que está aí, amigo navegante ?

O que está aí é o Caixa Dois no centro da política brasileira.


Paulo Henrique Amorim



Fontana propõe o voto proporcional misto



Este ansioso blogueiro – segundo definição do Ministro Bernardo conheceu as sugestões do deputado Henrique Fontana, do PT-RS, relator do projeto de reforma eleitoral.

Na conversa por telefone, Fontana, que foi líder do Presidente Lula na Câmara, ponderou, inicialmente, que é a favor, como o PT, do voto em lista fechada do partido – o eleitor não vota em nomes, mas em partidos e os eleitos são aqueles na lista que o partido elaborar.

Trata-se de uma proposta polêmica que, aqui, no Conversa Afiada provocou duas criíticas.

A de Mauro Santayana.

E a do Oráculo de Delfos, que sugere o “Distritão”.

Fontana reconhece, porém, que a lista fechada “não tem trânsito na cultura brasileira: o brasileiro quer votar no SEU deputado”.

O brasileiro, segundo Fontana, acredita que um deputado será capaz de fazer a diferença.

Para Fontana, um deputado, sozinho, não ganha o jogo.

Ele precisa do partido.

Mas, diante desse obstáculo cultural, Fontana sugere o que chama de “proporcional misto”, que só funcionaria em 2014.

Seria assim.

O eleitor votaria duas vezes.

Uma vez num partido.

Outra vez, em candidatos a deputado.  

Somam-se os dois totais: o total de votos no partido e o total de votos nos deputados.

Digamos que o Partido “A” teve um milhão de votos no Estado “B”.

E todos os candidatos a deputado pelo partido “A” no Estado “B”, somados, tenham um milhão e meio de votos.

O conjunto teve dois milhões e meio de votos.

O que dois milhões e meio de votos significam no total de votos daquele estado ?

Vinte por cento dos votos ?

Quantos deputados federais pode ter o Estado ?

Quarenta ?

Então, vinte por cento de 40 são oito deputados federais.

Como serão escolhidos os oito do Partido “A”, no Estado “B”, segundo a sugestão de Fontana ?

O primeiro escolhido será o deputado mais votado.

O segundo, o primeiro da lista do partido.

O terceiro, o segundo mais votado.

O quarto, o segundo da lista do partido.

E assim por diante.

Quais são os pré-requisitos, segundo Fontana, para o partido elaborar a lista ?

Haveria duas possibilidades.

Voto secreto dos convencionais.

E voto secreto de todos os filiados ao partido.

Tudo isso teria que ser com financiamento público EXCLUSIVO acentua Fontana.

Outra novidade: as seções estaduais dos partidos é que prestariam conta dos gastos de campanha ao Tribunal Superior Eleitoral e não mais os partidos nacionais.

O controle sobre os gastos nos estados seria mais fácil.

É provável que o primeiro obstáculo de Fontana a vencer seja o PMDB.

Não será o único.

O Padim Pade Cerra, por exemplo, é um fervoroso defensor do “voto distrital”, aquele que, nos Estados Unidos, serve para cristalizar oligarquias.

A taxa de renovação no Congresso americano – por causa do “voto distrital” – é mais baixa do que era no Congresso da URSS.



(E, segundo José Dirceu, é mais candidato a Presidente que o tucanuardo. PHA - 11/abril/2013)


Paulo Henrique Amorim

(*) Até agora, Ataulfo de Paiva era o mais medíocre dos imortais da história da Academia Brasileira de Letras. Tão mediocre, que, ao assumir, o sucessor, José Lins do Rego, rompeu a tradição e, em lugar de exaltar as virtudes do morto, espinafrou sua notoria mediocridade.

(**) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG (***) que combateram na milícia para derrubar o presidente Lula e, depois, a presidenta Dilma. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí.

(***) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.