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Veja tentará difamar advogados ativistas

O detrito sólido de maré baixa queria ruas obedientes ao neofascismo almofadinha, com jovens marchando com bandeiras dos EUA e gritando Fora Dilma.
publicado 15/03/2014
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O Conversa Afiada reproduz artigo de Miguel do Rosário, extraído do Tijolaço e com informações do Blog do Nassif:


Veja tentará difamar advogados ativistas



por Miguel do Rosário

Reproduzo abaixo um post do Nassif que é uma espécie de vacina contra o vírus que a Veja deve soltar amanhã, tentando assassinar a reputação de jovens advogados de esquerda, cujo único “crime” foi prestar serviços a manifestantes e jornalistas presos nas frequentes manifestações que tem ocorrido nas grandes capitais, desde junho do ano passado.

Interessante observar que, a partir do momento em que percebeu que as ruas podem até se voltar contra Dilma, mas atacando pela esquerda, não pela direita, a Veja parece ter abandonado qualquer simpatia que pudesse ter alimentado em favor das manifestações.

Houve um momento em que houve a emergência de grupos de direita nas ruas, mas eles não permaneceram. O jovem que vai à rua protestar pode até odiar o PT e a Dilma, mas por achar que eles são conservadores demais, e não por achar que eles formam algum tipo de ameaça comunista, como pensa o leitor da Veja.

A organização Advogados Ativistas merece respeito apenas por essa resposta a uma das perguntas da Veja:


Veja: O que é necessário fazer para participar?
AA: Não ser leitor da Veja é um bom começo.


É uma resposta que explica muita coisa, inclusive os ataques da Veja aos advogados ativistas. A Veja sabe que não são essas as ruas que lhe interessam. A Veja queria ruas obedientes a algum tipo de neofascismo almofadinha, liberal, com jovens marchando nas ruas empunhando bandeiras dos Estados Unidos e gritando Fora Dilma. Só que essas ruas, felizmente, não existem.

*


Veja prepara mais um assassinato de reputação



sex, 14/03/2014 – 17:19 – Atualizado em 14/03/2014 – 18:22

Por Luis Nassif, em seu blog.

Recebo telefonema do promotor Roberto Tardelli. Foi o mesmo que atuou no caso Suzane Richthofen. Seu filho está prestes a se tornar mais uma vítima de assassinato de reputação pela revista Veja.

Tardelli conhece os métodos da revista. No caso Suzane, foi o único veículo que colocou em sua boca declarações que jamais deu, frases que jamais proferiu. Na época, foi informado por jornalistas da própria revista que a culpa não foi do repórter, mas do editor que jogou as frases para dar mais molho à matéria.

O filho tornou-se alvo por fazer parte dos Advogados Ativistas, um grupo de jovens advogados que decidiu dar apoio jurídico a manifestantes (www.advogadosativistas.com) .

Na última manifestação em São Paulo, apoiaram inclusive 15 jornalistas detidos. E encaminharam a um hospital uma repórter de O Globo que teve o braço quebrado – fato não noticiado pela mídia.

São jovens idealistas, conta Tardelli, empenhados em melhorar o mundo, como todo jovem. Andam de ônibus, comem sanduíches, enquanto atravessam a fase mais bonita da vida, a do idealismo de jovens.

Por sua atuação nas manifestações, entraram na mira da Veja. Tardelli foi alertado por outros jornalistas sobre os telefonemas que a repórter da revista deu a colegas, para buscar informações. Foi entrevistado inclusive um advogado, policial aposentado, que faz parte de uma das comissões da OAB-SP e foi desautorizado pelo próprio presidente da Ordem.

Pelo relato dos jornalistas, virá matéria pesada, criminalizando a atuação dos jovens advogados, colocando-os como integrantes dos Black Blocs e – pior – expondo-os a direitistas fanáticos que hoje pululam nas redes sociais.

A família inteira aguarda com o coração na mão o que virá amanhã da revista. Para Tardelli, não há dúvida de que a Veja há muito ultrapassou as fronteiras que limitam a atuação jornalística.

Por fernando souto

A reposta dos advogados ativistas

Nassif, segue a resposta dos Advogados Ativistas, postado no perfil deles no facebook:

A revista Veja entrou em contato com so Advogados Ativistas para que fosse concedida uma entrevista. Apesar de ter sido avisado que não falamos com este veículo de comunicação, a publicação insistiu e nos mandou algumas perguntas, deixando claro que a matéria sairá com ou sem as nossas respostas.

Os jornalistas que realizam um trabalho sério têm a nossa admiração e respeito, o que se traduz na ótima relação do grupo com eles. Porém, é intolerável que publicações mal intencionadas queiram, mais uma vez, desinformar, mentir e difamar aqueles que realizam trabalhos relevantes.

Portanto, achamos por bem responder publicamente as perguntas que nos foram enviadas, para que uma possível matéria que cite o Advogados Ativistas já tenha seu contraponto. Segue abaixo:


Veja: Como surgiram os Advogados Ativistas?
AA: Advogados Ativistas sempre existiram, apenas uma parte deles se uniu.

Veja: Há lideranças?
AA: Não.

Veja: Quais são as causas mais emblemáticas pelas quais o movimento já lutou desde junho de 2013?
AA: Principalmente a defesa da Democracia e da Constituição, as quais vêm sendo incessantemente violadas.

Veja: Quais são suas bandeiras?
AA: Não carregamos bandeiras.

Veja: O que é necessário fazer para participar?
AA: Não ser leitor da Veja é um bom começo.

Veja: Hoje há quantos advogados ativistas?
AA: O suficiente.

Veja: Os senhores atuam apenas em São Paulo ou em outras cidades brasileiras? Se sim, em quais?
AA: Através da internet somos capazes de levar informação para qualquer lugar.

Veja: Em redes sociais do grupo há publicações, como fotos de protestos em cidades como o Rio de Janeiro. Vocês viajam para atuar em causas fora da cidade?
AA: Advogados Ativistas possuem amigos em muitos lugares. Se for preciso viajar, viajaremos.

Veja: Como vocês se mantém?
AA: Somos advogados, ora.

Veja: Quanto tempo do dia se dedicam ao ativismo?
AA: Não o quanto gostaríamos, mas quando o fazemos a dedicação é total.

Veja: Pode definir o conceito de advocacia “pro bono”?
AA: É a advocacia gratuita para o bem do povo. Bastava jogar no Google, essa foi fácil.

Veja: Quais os obstáculos que enfrentam para garantir o direito de ampla defesa dos manifestantes?

AA: A Veja, por exemplo, é um dos obstáculos, pois criminaliza qualquer forma de pensamento diferente do seu.

Veja: Os senhores declararam que sofreram intimidação na OAB-SP no último protesto em São Paulo, de que forma isso aconteceu?
AA: Sofremos intimidação de um grupo inexpressivo, o qual falou indevidamente em nome da classe. Como explicado pelo Presidente da Ordem, a atitude destes não reflete o pensamento da entidade. Assunto superado.

Veja: Advogados ativistas já deram declarações de que a OAB-SP não está cooperando com o trabalho de vocês e se portando de maneira governista. Como é a relação entre os senhores e a entidade? Os senhores publicaram um artigo afirmando que a entidade criminaliza a ação de vocês. De que maneira isso acontece?
AA: A política de relação com outros grupos ou entidades é discutida internamente. No entanto, informamos que o Presidente da OAB/SP, em conjunto com o Presidente da Comissão de Prerrogativas, apresentaram nota pública em defesa de nosso trabalho, disponibilizando, inclusive, amparo emergencial caso cada um de nós tivesse seu ofício prejudicado.

Veja: Os senhores já receberam honorário de algum cliente que atenderam nas manifestações?
AA: Não visamos lucro algum, mas podemos começar a receber quando a Veja informar quem paga a tal “Bolsa Manifestação”.

Veja: Quais são as principais orientações do Manual do Manifestante? Por quais mudanças ele já passou desde a primeira versão?
AA: O Manual está disponível na página do Advogados Ativistas e é de fácil compreensão. Recomendamos a leitura.

Veja: Os senhores declararam que já sofreram ameaças de morte. Pode descrever em quais situações e como essas ameaças se deram?
AA: A investigação está em andamento. É um trabalho para a polícia.

Veja: Os senhores foram apontados como advogados de Humberto Caporalli e Fabricio Proteus, apontados pela policia como adeptos à tática black bloc. Qual a posição dos senhores sobre os black blocs?
AA: Não generalizamos estereótipos e tão pouco criamos inimigos fictícios, isso é trabalho da Veja.

Veja: Na confusão das manifestações e porta de delegacias, é possível distinguir os manifestantes adeptos e não adeptos da tática black blocs?
AA: Não entendemos no que se aplica ao grupo esta pergunta.

Veja: Os senhores prezam pelo direito de se manifestar e defendem todos sem restrições?
AA: Ao contrário do que algumas pessoas (e a Veja) pregam, de acordo com a Constituição todos tem Direito a Defesa. Veja só que coisa (com o perdão do trocadilho).

Veja: Já se recusaram a defender algum manifestante?
AA: Nunca, inclusive se algum repórter da Veja for preso em alguma manifestação pode nos contatar que iremos defende-lo, já que o direito de defesa é para todos, mesmo que este veículo propague o contrário.


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