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Agnelli, pede para sair. Você leu a Economist ?

Quantos Agnelli cabem num Roger ?
publicado 25/10/2010
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Atribui-se a Roger Agnelli, presidente da Vale, a afirmação: não sofri pressão do Lula, mas do PT ...

Seria uma aproximação do que disse Eugenio Bucci, que foi presidente da Radiobras, por indicação de Ricardo Kotscho.

Primeiro, Bucci disse que não recebia pressão de ninguém.

Quem mandava no pedaço da Radiobrás era ele.

Depois, na hora de lançar um livro-bomba, Bucci repetiu que não recebia pressão, mas do PT ...

O que levou este ordinário blogueiro a perguntar: quantos Bucci cabem num Eugênio ?

Hoje, Bucci é colonista (*) do Estadão.

A Maria Rita Kehl foi mandada embora.

Sem comentários.

Quantos Agnelli cabem num Roger ?

Agnelli é o doce de coco do PiG (**).

Os colonistas (*) do PiG o elevaram ao Panteon do Capitalismo Mundial, para servir de contraponto à Petrobrás, um irremediável fracasso.

Agnelli, o símbolo da Livre Iniciativa, o Gênio do Empreendedorismo.

A Petrobrás, um naufrágio !

Eram mais ou menos assim os ditirambos.

Só que este ordinário blogueiro – acionista da Vale – sempre achou o Agnelli outro embuste do PiG (**).

Uma deidade provincial.

(Como o Armínio – clique aqui para ler “Serra perde a eleição e o Ministro da Fazenda”).

O Agnelli vende um produto só – minério de ferro – a um cliente só: a China.

E basta !

Agora, surgem os boatos de que Agnelli vai continuar.

De que Agnelli se prende ao cargo mais do que o contínuo do cafezinho.

Outros boatos dizem que alguns acionistas já querem vê-lo pelas costas.

O Conversa Afiada prefere uma opinião mais confiável.

A revista Economist, de  23 de setembro de 2010, plagia miseravelmente este ordinário blogueiro.

Está lá, em inglês, e, portanto, para o PiG (**), muito mais convincente:

- A Vale não diversificou além do minério de ferro.

- A Vale não foi a lugar nenhum além do Brasil.

- 65% da receita da Vale provém o minério de ferro, uma dependência inaceitável para uma mineradora de curso internacional.

- Quando a Vale tentou investir em cobre e níquel, deu com os burros n’água.

- A Vale decidiu comprar navios fora do Brasil, exatamente quando o Governo Lula procurava re-construir a indústria naval brasileira.

(Como fazia a Petrobrax do Serra/FHC.)

Este ordinário blogueiro lembra que, em 2008, no limiar daquela crise de 2008 que a urubóloga Miriam Leitão – admiradora fervorosa do Agnelli - anunciou que ia tragar o Brasil com dentes afiados, Agnelli se antecipou e demitiu um monte de gente, para desespero do presidente Lula.

Embora o Serra tenha conseguido convencer o Fernando Henrique a vender a Vale, veja no vídeo histórico, o Estado brasileiro ainda tem uma participação forte no negócio.

E o Agnelli só não foi para a rua, nessa demissão em massa, porque a turma do deixa disso segurou o presidente Lula.

Mas, o cargo de presidente da Vale deve ter mel na cadeira.

Porque o Agnelli, aparentemente, prefere ficar.

Os acionistas minoritários da Vale preferiam, porém, que ele seguisse a carreira que o espera: a de colonista (*) do PiG (**).

Para falar mal do PT e do Presidente Lula.

De preferência, no Estadão.


Paulo Henrique Amorim


(*) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG (**) que combatem na milícia para derrubar o presidente Lula. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí.

(**) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.