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Tsipras = FHC. Alemanha invadiu a Grécia !

Krugman: é destruição da soberania nacional grega !
publicado 13/07/2015
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Merkel venceu e deu o recado à França, Itália, Espanha, Portugal e Irlanda: não vem que não tem !

http://www.theguardian.com/business/2015/jul/13/athens-and-eurozone-agree-bailout-deal-for-greece

http://www.nakedcapitalism.com/2015/07/tentative-deal-strips-greece-of-sovereignty-makes-debt-relief-dependent-on-complainece.html

O primeiro ministro Tsipras aceitou os termos de um acordo que os gregos tinham rejeitado num referendo.

O ponto central de sua demanda – que os bancos credores aceitassem um write-off - foi pro saco.

Merkel também não conseguiu levar tudo o que queria: que a Grécia transferisse para a Alemanha (para a União Europeia...) sua Receita Federal e o Tesouro nacional.

Assim também era demais…

Mas, Tsipras aceitou o resto que lhe impuseram.

Traiu o povo grego, item por item:

Increasing and simplify VAT

Cutting pensions. The terms here look to be vastly worse than the cuts Greece fought a few weeks ago

“Requesting” continued IMF “support” (monitoring as well as financing)

“Introducing quasi-automatic spending cuts in case of deviations from ambitious primary surplus targets after seeking advice from the Fiscal Council and subject to prior approval of the Institutions”

Sequestering €50 billion of assets, nominally supervised by Greece but under strict oversight of the creditors. Half will go to recapitalizing the banking system

Implementing labor market “reforms” along the lines sought by the creditors


Aumentar e simplificar os impostos.

Cortar drasticamente as pensões dos aposentados. O corte será bem maior do que a Grécia já tinha recusado, antes.

Os cortes de gastos serão automáticos.

O sequestro de E$ 50 bilhões de ativos – metade vai para capitalizar os bancos.

Os credores vão estabelecer as mudanças na legislação trabalhista !

(Só não ofereceu vender o porto do Pireu, porque a China já o controla, na nova rota da seda.)

Segundo Paul Krugman, Premio Nobel de Economia e articulista do New York Times, “os credores foram mais do que duros: foram vingativos ! Levaram à completa destruição da soberania nacional grega, sem qualquer alivio ou esperança. É uma grotesca traição a tudo o que inspirou o projeto de construir uma Europa unida.”

Navalha

Mitterrand temia uma Alemanha unida.

Sempre desconfiou dos planos de reunificação de Kohl.

Kohl insistia.

Mitterrand fez um acordo: você reúne as duas Alemanha, mas entra no Euro.

Seria uma forma de conter a Alemanha dentro de uma Europa mais ampla, unida, com a abolição do marco alemão e a adoção de uma moeda única, o Euro.

Margaret Thatcher nunca acreditou nisso.

A Inglaterra, que foi impiedosamente bombardeada pelos alemães na II Guerra, sempre desconfiou de uma Alemanha só.

Thatcher achava que o Euro seria incapaz de conter a Alemanha.

Sobre o papel tsíprico de FHC na negociação da dívida brasileira, ler “Merkel queria que Tsipras fosse FHC” - e foi !

 




Paulo Henrique Amorim