Economia

Você está aqui: Página Inicial / Economia / 2014 / 09 / 05 / Lula: se precisar, vou lá embaixo buscar o pré-sal

Lula: se precisar, vou lá embaixo buscar o pré-sal

​"É com esse petróleo que o filho do trabalhador vai vira doutor !" ​.
publicado 05/09/2014
Comments

 

 

Em comício na noite desta quinta-feira (4), em Recife (PE), o Presidente Lula contestou a bandeira da "nova política" da candidata à presidência Marina Silva, que concorre ao cargo pelo PSB. "Tem gente falando de nova política que já foi vereadora, já foi deputada, já foi senadora. Se tem uma nova política, ela é a Dilma, que nunca foi nem vereadora", disse, para justificar a escolha de Dilma para sucedê-lo. "Quando escolhi Dilma, pensei em quem tem responsabilidade e podia cuidar do Brasil como uma família com 200 milhões. Precisava de alguém com coragem de dizer para o Obama: 'não vou para os Estados Unidos porque você está nos espionando'. Ela não fala grosso com a Bolívia e não fala fino com os Estados Unidos", completou.

Sem citar os adversários da candidata à reeleição pelo PT, Lula também criticou o desempenho de Aécio Neves (PSDB) durante a corrida eleitoral. "Ontem à noite, vi um debate na televisão, em que um adversário, que não vou falar o nome, resolve tudo com 'previsibilidade'. A previsibilidade é que ele já está fora (da disputa). E ele não foi capaz de prever isso", enalteceu após comparar as gestões do PT com as "da elite", em suas palavras, que governaram o país. " O povo pobre não era levado em conta quando a elite que governava ia fazer o orçamento da União. Tinha dinheiro para tudo, menos para o pobre, que era só número, estatística", ressaltou.

O Presidente ainda citou as dificuldades enfrentadas por Dilma na área econômica, alvo de críticas por parte da imprensa e do mercado. "O debate sobre economia é extraordinário. Duvido que tenha alguém mais preocupado em controlar a inflação do que essa jovem (Dilma). O Brasil há doze anos mantêm a inflação na meta e muitos dos que criticam foram ministros quando a inflação era 80% ao mês", comentou, para elogiar o desempenho da Presidenta no setor. "Nessa crise, os críticos não têm coragem de dizer qual país está melhor que o Brasil. Qual país tem perspectiva de futuro melhor que o Brasil. A Europa fechou postos de trabalho. Aqui, foram criados 11 milhões de empregos com carteira assinada durante nossos governos", lembrou.

Sobre cortes de Ministérios, ele argumentou: "Tem gente que fala que vai resolver o problema do Brasil cortando Ministério. Antes, tinha pouco e por isso não funcionava. O cara que entende de mandioca vai entender de peixe ? Era preciso criar o Ministério da Pesca".

"Tem gente quer acabar com o pré-sal. Se for necessário me chame que eu vou lá no fundo buscar petróleo. É esse petróleo que vai dar a oportunidade de estudar. Oportunidade que eu não tive. É esse petróleo que vai dar a cada filho de trabalhador a oportunidade de estudar, se transformando em doutor. O futuro não é abstrato. O futuro é concreto e é agora. O futuro é hoje e o futuro é Dilma Rousseff para presidente da República", finalizou o Presidente.


Dilma x Marina


Já passava das 22h30 quando a Presidenta começou a discursar no evento realizado em Brasília Teimosa, bairro pobre da capital do Estado. Dilma voltou a criticar os que defendem o fim dos subsídios e a autonomia do banco central. "Os que falam mal do subsídio do governo querem voltar atrás e privatizar os bancos públicos ou acabar com dinheiro e crédito para milhões de famílias brasileiras, as que mais precisam", afirmou antes de reforçar que não se submete a mecanismos antigos para lidar com a crise internacional. “Essa receita quebrou o Brasil três vezes. Era simples, desemprega, reduz salário aumenta tributo e dá um tarifaço”, provocou.

Em referência à Marina, também sem mencioná-la, Dilma foi categórica: "Todos que não colocam o pré-sal como prioridade querem também acabar com os estaleiros”, falou ao em relação ao Estaleiro Atlântico Sul, em Suape (PE), e os empregos gerados no complexo. "Quem é contra o Pré-sal não quer que a educação mude, não quer ensino em tempo integral".

A Presidenta usou o tempo para reafirmar os compromissos com Pernambuco e com o país, e elencou alguns programas criados ou expandidos em seu governo, como o Pronatec, o Bolsa Família, o Minha Casa, Minha Vida e o ProUni. "A verdade vai vencer a mentira, a desinformação e a cara de pau, porque tem muita cara de pau. Eu acreditei no Brasil e nunca desisti dele, mesmo quando fui presa e torturada", destacou, ao lado dos candidatos Armando Monteiro (PTB (Governador), Paulo Rubem (PDT) (Vice), João Paulo (PT) (Senado) e do Senador Humberto Costa.