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BV e “dinheiro público” desmoralizam o “mensalão”

Por que o Gurgel não processou a Globo por se apropriar do BV de "dinheiro público" ?
publicado 12/11/2013
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O Conversa Afiada reproduz importante entrevista de Marthius S. Lobato, advogado de Henrique Pizzolatto no mensalão (o do PT).

Foi ao programa “Diálogo”, do Sindipetro da Bahia, apresentado pelo jornalista Alberto Sobral.

Lobato mete a mão no câncer do Julgamento de Exceção, também chamado de Mentirão.

Além de ter sido um julgamento com uma pré-concepção política – pegou o Pizzolato porque era o único petista na direção da Visanet -, o Supremo de Ayres Britto e Joaquim Barbosa não analisou “as provas robustas” produzidas pelos acusados e, sequer, contestadas pelo Ministério Público e os ministros do Supremo.

Como julgar se o juiz não lê as provas ?

O Ministério Público Federal, aliás, segundo Lobato, foi “privatizado”, nesse julgamento.

Lobato prova que o dinheiro da Visanet não era público e, como não era público, não há quadrilha de que o Dirceu e o Genoino possam fazer parte.

Como ser corruptor ativo se não havia dinheiro público ?

E o próprio Tribunal de Contas da União – formado, como se sabe, de sandinistas, guevaristas e petistas radicais – na véspera do julgamento considerou que o BV não era do Banco do Brasil.

O Supremo, na primeira etapa do julgamento,  desconsiderou o parecer do TCU.

Se a Dilma fizesse isso … levava um impeachment !

Logo, como o dinheiro não era público e, como sempre sustentou o Delúbio Soares, o que havia era um esquema de Caixa Dois, instituição que atormenta a política brasileira desde a expedição de Cabral.

(Como se sabe, o PSDB é o único partido que, no Supremo e no PiG (*), não pratica Caixa Dois.)

Lobato reproduz o testemunho, nos autos, de Otávio Florisbal,  que foi o principal executivo da Globo, seu ex-diretor comercial e criador do “Bônus por Volume”.

O Florisbal garante: nunca pagou Bônus por Volume ao Banco do Brasil por conta da Visanet !

Nunca !

Porque a Visanet não é estatal, nem do Banco do Brasil.

Logo, o julgamento do mensalão – e as condenações do Pizzolato, do Dirceu e do Genoino são o resultado do que Lobato chama de “uma história perversa”, montada para incriminar o PT.

Pergunta Lobato: por que o Roberto Gurgel – que o senador Collor, da tribuna do Senado, chamou de prevaricador - não  processou a Globo por se apropriar de um BV criminoso, gerado no ventre do “maior escândalo da Historia da Humanidade”, segundo o Globo Overseas ?

A entrevista com Lobato foi feita antes de o Ministro Celso de Mello, em voto histórico, aceitar os embargos infringentes e, portanto, permitir um re-julgamento.

E a reparação de crimes cometidos em nome da Lei !

O “dinheiro público” e o BV estão entalados na garganta do Supremo !

Viva o Brasil !

Em tempo: Lobato, é claro, denuncia  o monopólio da mídia, o PiG (*), que ajudou a construir a ideia de uma corrupção generalizada, de um partido só.

Paulo Henrique Amorim


(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.