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"Foi um massacre", "uma verdadeira carnificina"

A Corregedoria da PM do Alckmin vai apurar. Quá, quá, quá!
publicado 21/05/2016
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braço

Filha da Denise foi agredida pelas costas ...

O Conversa Afiada publica relato que recebeu da jornalista Denise Silveira:

Esses são os relatos de profissionais da imprensa que participaram da última manifestação dos estudantes secundaristas que foram às ruas de São Paulo na noite de quarta-feira, 18/5.

O protesto era contra os cortes de verbas na educação e contra a desocupação das escolas técnicas estaduais sem mandado judicial.

As informações dizem que não apenas estudantes apanharam da PM. Jornalistas, cinegrafistas e conselheiros tutelares também foram vítimas da truculência policial.

Até quem passava por ali e não participava do protesto apanhou.

Um dia antes, em nota oficial, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo divulgou a criação de um Núcleo Especial Criminal para a Mediação de Conflitos voltado para crimes de menor potencial ofensivo.

Eu me pergunto qual o potencial ofensivo de estudantes com idade entre 15 e 16 anos, que lutam por uma educação de qualidade, enquanto ouço o barulho das primeiras bombas de gás pela janela.

Algum tempo depois, minha filha de 16 anos chega em casa. Ela chora de dor, não consegue mexer o braço direito. Um PM sem identificação bateu várias vezes com cacetete nas suas costelas e no braço. Escolheu onde bater para não deixar marcas. Detalhe: ela estava correndo e o PM a atingiu pelas costas.

No hospital, o raio-X comprova a agressão, uma luxação no cotovelo. O médico diz que não houve fratura, mas a região está inflamada, ela não vai conseguir mexer o braço por alguns dias.

No dia seguinte, a nota oficial da Secretaria de Segurança Pública é revoltante.

"A Polícia Militar informa que quatro manifestantes, sendo dois maiores e dois menores de idade, foram detidos, durante protesto na noite de quarta-feira (18), na Praça da República. Os policiais foram recebidos com rojões e pedradas por indivíduos mascarados, o que obrigou a ação para estabelecer a ordem e garantir a segurança das pessoas que estavam no local. O grupo foi encaminhado ao 2º Distrito Policial (Bom Retiro), onde foi registrado um termo circunstanciado de resistência e lesão corporal, em seguida, os manifestantes foram liberados. Dois PMs ficaram feridos. O secretário Mágino Alves Barbosa Filho determinou que a Corregedoria da PM apure as denúncias de agressão a jornalistas."

Leram? A Corregedoria vai apurar a agressão contra jornalistas. Nada é mencionado sobre as agressões contra conselheiros tutelares, estudantes menores de idade e populares que não participavam da manifestação.

Denise Silveira, Jornalista