Brasil

Você está aqui: Página Inicial / Brasil / 2014 / 09 / 25 / Movimentos negros estão com Dilma

Movimentos negros estão com Dilma

Evento de apoio a Presidenta reuniu 25 representantes de associações do movimento negro organizado.
publicado 25/09/2014
Comments


Saiu no A Tarde:


Associações negras decidem apoiar Dilma

Cleidiana Ramos


Demorou, mas o debate com base nas bandeiras históricas dos movimentos negros organizados - combate ao racismo, desigualdades e intolerância religiosa - ganhou projeção no cenário eleitoral baiano. Ontem, na sede do bloco Ilê Aiyê, foi divulgada uma carta de apoio à reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT).


O encontrou aconteceu quatro dias após o PSB ter organizado, em Salvador,  evento para recepcionar  a candidata do PSB à presidência, Marina Silva (PSB), no último sábado, com ênfase na questão étnico-racial.


Diversidade


O evento de apoio a Dilma reuniu 25 representantes de associações do movimento negro organizado, incluindo  históricas como o MNU, as  do movimento pela igualdade de gênero (Fórum das Mulheres Negras) e do combate à intolerância religiosa: Coletivo de Entidades Negras (CEN) e Coordenação Nacional de Entidades Negras (Conen).. Entidades de outros estados como a Malungu do Pará também assinam o documento.


"Nós reconhecemos que o governo, a partir da gestão Lula,  tem feito a inclusão sócio-racial no Brasil", disse Raimundo Bujão, membro do MNU. A  reunião contou com a participação de Angela Guimarães, que integra a coordenação nacional da campanha de Dilma Rousseff.


Em discursos, como o de Antônio Carlos Vovô, presidente do Ilê, houve menção de apoio a Rui Costa, candidato ao governo pelo PT.


"O que está em jogo não é apenas uma disputa eleitoral, mas projetos políticos. A nossa opção é por aquele que tem  conquistas mais próximas às bandeiras que historicamente nos defendemos", disse Gilberto Leal, da Conen.


Dentre os signatários da carta de apoio a Dilma surpreendeu a assinatura do Olodum. O seu presidente, João Jorge Rodrigues é filiado ao PSB. Ele diz está sendo coerente por considerar que há dois projetos políticos em jogo e que se identifica com o do PT.


“A eleição tem um tom democrático de plebiscito entre as políticas de igualdade e o estado  liberal mínimo que permite a influência de poucos, o que para mim é perigoso”, aponta.

Para ele, a redução de pessoas na linha de pobreza, por meio de programas como o Bolsa Família e o  Minha Casa,  Minha Vida combatem desigualdades que têm raízes no racismo.  “Como militante de direitos humanos, da consciência negra e luta pela igualdade  não poderia apoiar outra proposta”, afirma.


João Jorge não poupou críticas a Marina Silva. “Meu partido, o PSB, no qual ela entrou porque não conseguiu criar o seu,  em 1947  lutou pela liberdade religiosa, questão que ela não entende, além de reunir apoios como o de Marco  Feliciano que faz um mal enorme à  defesa dos direitos humanos”, afirmou.


Ele destacou que foi correligionário de Marina Silva no PV, logo após ela ter saído do PT. “Por conta dela, o PV abriu mão de bandeiras como a descriminalização do aborto e da legalização da maconha”.